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Invasão Vertical dos Bárbaros

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A história nos relata que houve muitas invasões horizontais de bárbaros; hoje, porém, vivemos uma invasão vertical de bárbaros, que é a que penetra pela cultura – como se vê entre intelectuais que insistem em justificar o terrorismo, músicos que defendem uma vida desregrada ou artistas que zombam da beleza. Esta obra é a denúncia do filósofo Mário Ferreira dos Santos dessa invasão que nos ameaça definitivamente.

168 pages, Paperback

First published January 1, 1967

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About the author

Mário Ferreira dos Santos

47 books62 followers
Mário Ferreira dos Santos (Tietê, 3 de janeiro de 1907 – 11 de abril de 1968) foi um filósofo brasileiro, criador de um sistema filosófico a que chamou Filosofia Concreta. Escreveu muitos livros, sobre várias áreas do conhecimento (Filosofia, Psicologia, Oratória, Ontologia, Lógica, etc.), publicados com recursos próprios sob o nome "Enciclopédia de Ciências Filosóficas e Sociais".
Segundo Mário Ferreira dos Santos, sua Filosofia Concreta seria completamente baseada na lógica, não havendo possibilidade de discordância de seus pressupostos, a que chamou "teses", denominando-se tal característica como apoditicidade lógica. A primeira tese é a fundamentação de toda a sua filosofia: "Alguma coisa há, e o nada absoluto não há", da qual extrai outras teses, passando pelos principais tópicos da filosofia através dos métodos da filosofia matemática.

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Displaying 1 - 13 of 13 reviews
Profile Image for Pedro Faraco.
46 reviews10 followers
December 31, 2015
Este livro é um apelo contra a deterioração da cultura que, segundo o autor, se manifesta não pela ação externa (colonizadora) de outros povos mas sim pela sua natureza vertical, ou seja, que atravessa o extrato social e a escala de valores da própria sociedade.

Apesar do autor afirmar ter escrito o livro em linguagem acessível a todas as audiências, esta é, pelo menos para mim, uma obra de difícil digestão, em parte pelo estilo erudito do autor (que neste caso, confesso, é uma deficiência não dele mas deste leitor), em parte pela lógica de argumentos que parecem muitas vezes baseadas em dogmas religiosos.

Dos Santos acerta em muitos pontos, como ao identificar inúmeros elementos da "barbárie", como a valorização da força sobre o intelecto, a exaltação da sensualidade e do sexo, a preferência pela repetição (que na música se expressa pela popularização de estilos pouco complexos, como o funk), o endeusamento de criminosos e o duplo padrão moral que julga não pelas as ações e sim pelos atores envolvidos.

Por outro lado, há trechos deprimentes como o preconceito do autor sobre a questão do negro. Se em parte Dos Santos está correto ao afirmar que as civilizações africanas carregam um atraso cultural evidente em relação às européias, o autor usa desta premissa para justificar uma trato mais rude aos negros pois sem isso não seria possível se relacionar com eles.

As posições políticas do autor também são confusas. Elogia Marx como economista e Engels como filósofo mas condena "a proliferação das idéias sociais primárias, que prometeram o impossível aos homens e só lhe trouxeram, até aqui, as mais desalentadoras experiências". Como se a obra daqueles não fossem exatamente a responsável pelo que condena o autor.
Profile Image for Marcos Junior.
353 reviews9 followers
December 18, 2019
Uma denúncia contundente de Mario Ferreira dos Santos sobre a decadência cultural do ocidente e suas raízes. O diagnóstico feito pelo maior dos filósofos brasileiros em 1967 está ainda mais atual hoje, do que quando foi escrito, tendo em vista que muito do que apenas visualizava como tendência se confirmou na realidade e o resultado é a destruição da cultura a partir de suas elites, uma verdadeira invasão vertical dos bárbaros.
Profile Image for Alexandre Amin.
28 reviews8 followers
July 13, 2018
Mário Ferreira dos Santos é um profeta. Sua denúncia de 1967 parece ter sido escrita em 2018. Infelizmente, poucos deram ouvidos ao seu apelo, e a invasão vertical dos bárbaros se intensificou, chegando quase à plena dominação. Ainda há uma saída e, por isso, este livro precisa ser lido e os assuntos abordados precisam ser aprofundados e aplicados. Não é necessário concordar com o autor em cada elemento, mas deixar de ouvi-lo significa permanecer em estado bárbaro.

"O que afirmamos é que essa baixa de valores não é absolutamente necessária; ela pode ser evitada, não descendo para a parte inferior das massas, mas elevando o homem da massa para os altos valores; isto é, libertando o homem das situações de massa. Essa é a verdadeira caridade, porque esta consiste, sobretudo, em dar aos outros os frutos da sabedoria, distribuí-los gratuitamente" (pos. 2243).
Profile Image for Eduardo Costa.
50 reviews5 followers
September 5, 2023
Crítica social que ainda permanece relevante mesmo após 50 anos...
Profile Image for Bruno Romano.
22 reviews2 followers
August 31, 2015
Esse é um livro de denúncia. É um manifesto contra a barbárie, que é a dissolução do ciclo cultural ocidental e cristão.

O nome “invasão vertical” no título não é (só) retórico, para exagerar e atrair ouvintes. Dos Santos explica que é o contrário da invasão “horizontal”, como a que se deu no fim do Império Romano, quando os bárbaros ocuparão geograficamente e localmente os territórios romanos (daí horizontal). Vertical significa que vem “de cima”, ou seja, não do seu vizinho, mas da escala de valores e cultura que nós carregamos como civilização. É uma invasão cultural.

O que é barbárie? É a animalização do ser humano, a negação de tudo que é nobre, elevado, difícil e transcendental, conquistado duramente por séculos de religião e cultura. Ligando os pontos, a sociedade bárbara é então descrita exatamente como a nossa hoje em dia: é onde há exaltação da força física (veja o filme Lone Survivor e tantos outros), valorização do corpo em detrimento da mente (pense nos heróis dos quadrinhos, nos comerciais de saúde e fitness), preferência ao visual sobre o auditivo (entretenimento moderno, telas gigantes, iconização), amor pela intuição e rejeição da disciplina (romantismo, obsessão por ‘inovação’, sentimentalismo), rejeição da razão especulativa e cautelosa em função da explosão sentimental pretensamente “genuína”, valorização da força sobre o Direito (pense na irresistível tentação da classe política para ser o arbítrio da sociedade, e não o reconhecedor do que é devido a cada um. A lei passa a expressar a vontade do legislador, e não o direito natural), a politização da sociedade (o exemplo dado é a valorização do criminoso: se o crime atinge os inimigos, vale, se atinge os amigos, não vale. O critério é a vítima. O que está por trás disso? Afetividade. É um sentimento tribal que nega a universalidade dos princípios).

Para Dos Santos, tudo isso é não compreender o sentido do homem. É aprisiona-lo em seu pior aspecto, sua animalidade, e negar a dolorosa e cautelosa conquista da Humanidade (universal).

Duas perguntas são importantes:

1) Mário Ferreira dos Santos convence o leitor de que realmente EXISTE uma invasão bárbara, e que isso não é nostalgia medieval nem melancolia católica? Sim. Ele se refere várias vezes a católicos e protestantes, não há exaltação do período medieval (aliás, ele concorda que foi espiritualizado demais e negligenciou a matéria/carne), embora a escolástica seja louvada (com razão) em vários trechos. O pé fica no chão, a sociedade moderna não é ilegítima. A proposta não é evacuarmos as cidades e voltarmos à vida agrária ou em comunidades impensáveis no Brasil (Weaver, Scruton, New Urbanism), e é reconfortante lembrar-se que o Mário escreveu esse livro (provavelmente) num escritório na Rua Augusta a uns cinco quarteirões de distância de onde eu estou escrevendo essa resenha. (Ler Roger Scruton sobre nomadismo e vida comunitária cansa às vezes, porque você sabe que ele mora numa fazenda em Wiltshire tomando chá inglês de paletó tweed enquanto você numa metrópole terceiro-mundista de dezoito milhões de habitantes tresloucados e bárbaros).

2) Serve para você convencer um leitor comum, embriagado pelas bobagens e preconceitos da imprensa, preso na “faísca do tempo presente” e alheio à sabedoria dos séculos? Não. Procure um livro mais politicamente correto. Hoje em dia as pessoas são muito sensíveis e fecham os olhos para o que soa diferente do que sai no UOL e na Folha de S. Paulo. Você precisa ir busca-las onde elas estão.

O livro não é completo como análise; não trás explicações pormenorizadas de como isso aconteceu, ou investigações na história das ideias. Mas não se propõe a isso. O trecho sobre a África afastará leitores sensíveis e melindrosos. A linguagem é exagerada e retórica. Não é um livro de pesquisa. Aliás, deve ser lido rápido, para não se estender demais e deixar de valer a pena. Eu o li em dois dias, mas poderia ter feito em um. Tire uma tarde inteira para se dedicar a ele, e você não irá se arrepender. Há trechos incríveis.
Profile Image for Enrico Costa.
23 reviews3 followers
June 3, 2024
O autor acerta em certos pontos e em boa parte da segunda metade do livro, embora me pareceu desnecessariamente simples para um filósofo tão aclamado no livro em que decorre sobre problemas humanos. Os termos em que faz sua denúncia são claros e a obra é de fácil entendimento e leitura. Entretanto, a primeira parte do livro e parte da segunda são contraditórias com as próprias constatações finais do autor.

Entendo que Mário Ferreira dos Santos nunca teve tempo de se dedicar à parte editorial e invés disso deixou vários manuscritos não-finalizados. Mas esse livro, lançado antes de sua morte, é um exemplar a parte: a falta de motivos e constatações para suas afirmações faz o livro parecer banal como um diário, e não um esforço para realmente denunciar a barbarização da cultura. Me relembrou a obra "A Lei" de Frédéric Bastiat, que de forma similar acerta em certos pontos e pode ser de um valor grande ao leitor de hábitos mais preguiçosos, mas a falta de bases para discorrer em tais pontos não permita dar ao autor os louros da razão.

Muitas dessas denúncias, embora temo ser um julgamento pesado demais, parece-me mais uma série de antigas richas do autor com figuras de sua vida pessoal que motores reais da barbárie, principalmente na primeira parte, na qual descorre de tais problemas de forma demasiadamente caricaturada.

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Voltei aqui uns tempos depois pois alguém curtiu a resenha. Indo direto ao ponto, é ruim, simplório e contraditório. Não gaste seu tempo. Às vezes tento complexar autores que são estimados mas com obras ruins. Foi o caso aqui.
Profile Image for Tomás.
5 reviews
May 12, 2019
Os bárbaros já estão intramuros.
Mário Ferreira não se abate em pessimismo, apesar da degradação que a humanidade se inflinge, ele conhece o caminho pelo qual deve trilhar a fim de retornar a ser de fato civilizada, razão por que deve ter escrito o manifesto.
Profile Image for Almir Santos.
52 reviews
May 10, 2021
Genial e atual. As denúncias feitas por MFS são cirúrgicas e apontam para o já degradado estágio civilizacional de sua época —hoje recrudescido; a civilização, aos gritos de socorro.
Profile Image for Hilton Neves.
94 reviews2 followers
March 2, 2017
It was an excellent read, gives us a lot of things upon which we could think. Deals with philosophy and human development throughout the centuries, vis-à-vis our relationship with the Creator.

The disclosure, however, rises a few doubts in me, regarding Christ's role as mediating both fatherlands; of course, not taking anything away from IVB's read and its overall teachings, focusing on how to combat barbarians' vertical invasion in this world, something Mário Ferreira dos Santos could realize taking place in the sixties(or even in previous decades) in Brazil often.
Profile Image for Márcio Sobrinho.
70 reviews3 followers
January 22, 2015
A invasão vertical é aquela na qual os bárbaros corrompem os elementos civilizacionais de uma cultura, em contraste com as invasões por terra, horizontais. Supervalorização da força, disseminação do mau gosto, ideias sociais primárias, exploração viciosa do esporte, valorização da sensualidade, do tribalismo, do que é inferior etc -- é extenso o inventário de manifestações da barbárie em nossa cultura e vida intelectual analisadas pelo filósofo Mário Ferreira dos Santos nesta obra de denúncia publicada em 1967.
Profile Image for Marcio Atz.
37 reviews2 followers
February 14, 2016
Leitura essencial para compreensão das contradições de nossa era.
Displaying 1 - 13 of 13 reviews

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